quinta-feira, 3 de abril de 2008

SEGURANÇA
Jornal da TVE exibido em 02/04/2008

Taxistas querem penas mais rígidas
para combater a violência

O deputado Paulo Borges (DEM) irá liderar uma comitiva de parlamentares e taxistas a Brasília, ainda sem data definida, para discutir com a bancada gaúcha a possibilidade
de alterações na legislação penal.

O anúncio foi feito na quarta-feira (2) durante audiência pública da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos que debateu a falta de segurança da categoria. "Não é mais possível empurrarmos com a barriga um problema que aumenta a cada dia. Se o problema está na legislação, cabe a este poder fazer a sua parte e buscar penas justas para cada crime", destacou o parlamentar.

Levantamento realizado pelo gabinete do democrata apontou que aproximadamente 300 taxistas são assaltados por mês na Região Metropolitana. Em um ano, o número supera a marca dos três mil, sem contar os casos que não chegam ao conhecimento dos órgãos competentes. Já o vice-presidente da Cooperativa dos Motoristas e Proprietários de Veículos (Cooperaux), Mário Neto, revelou que apenas quatro roubos à mão armada contra taxistas são registrados pela polícia por mês em Porto Alegre, mas estima-se que a violência atinja dez profissionais neste período. A capital tem 12 mil taxistas e quatro mil táxis em circulação.

Para o comandante de Policiamento da Capital, coronel Jarbas Carvalho Vanin, após o roubo a categoria deve imediatamente fazer a ocorrência policial, pois a Brigada Militar trabalha com estatísticas. "Os casos que não são registrados não pertencem ao universo da instituição, pois não temos como capturar os bandidos", alertou.

Por outro lado, o presidente do Sindicato dos Taxistas da Capital (Sinditaxi), Luiz Borges Nozari, disse que 90% dos delitos contra taxistas são cometidos por pessoas que deveriam estar atrás das grades, "pois elas já cometeram outros crimes, foram presas pelas polícias civil e militar e foram condenadas, mas estão soltas devido às benesses que a lei faculta ao marginal. Hoje, se o cidadão trabalha não tem direito a médico, dentista e moradia porque ganha R$ 400. Basta cometer um crime que ele passa a ter toda a asistência necessária", lamentou Nozari.

Foto: Gabinete/divulgação

Segundo presidente do Sinditaxi, os parlamentos estadual, federal e o Senado precisam fazer a sua parte e mudar a legislação vigente para combater a violência não apenas contra taxistas, mas a sociedade como um todo. "Não venho aqui criticar a ação da Polícia Civil e da Brigada Militar, que têm ajudado nossa categoria dentro de suas possibilidades. O cerne do problema é a lei, e os legislativos não podem ficar olhando para o próprio umbigo e não mudar o que é necessário porque isso não é um favor prestado aos cidadãos; é um dever", acrescentou.

Coronel Vanin disse que seu comando recaptura entre 100 e 140 delinqüentes por mês e aproximadamente seis armas por dia somente em Porto Alegre, sem falar na apreensão de drogas. No último final de semana, foram apreendidos 9 fuzis, carabinas e metralhadoras e 15 quilos de maconha numa operação da BM. "Está sobrando gente para cometer delito, por conta do problema social brasileiro. Não será diminuindo a maioridade penal que iremos resolvê-lo. O país precisa de saúde, educação, emprego e oportunidades", ressaltou.

Numa proposta de parceria com a categoria, Jarbas Carvalho Vanin pediu que os taxistas parem nas barreiras de abordagem policial, como forma de minizar a violência, e que as relações sejam estreitadas para que se encontrem alternativas a médio e longo prazos, como vem sendo feito pela Secretaria de Segurança Pública. De acordo com o diretor adjunto do Departamento de Inteligência da Pasta, major Luiz Antônio De Leon, não tem faltado por parte do Estado proteção aos taxistas, principalmente nos horários críticos de corrida na capital e Região Metropolitana, estratégia que foi adotada como medida de urgência .

Agência de Notícias/AL