sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

"ENTREVISTA DA MEIA-NOITE": PAULO BORGES
NO BLOG DO ANDRÉ MACHADO


Paulo Borges fala do projeto contra o câncer mama, de seu trabalho parlamentar e da relação com o governo. Leia a entrevista:


Deputado estadual mais votado, o jornalista Paulo Borges assumiu a liderança do Democratas já no seu primeiro ano de Assembléia. Um começo que poderia ser tranquilo ganhou um pouco de emoção com o rompimento entre a governadora Yeda Crusius e o vice-governador Paulo Feijó, companheiro de partido do Homem do Tempo. Paulo Borges é nosso convidado hoje na Entrevista da Meia Noite.

Blog - A Assembléia Legislativa aprovou nesta semana um projeto de sua autoria que trata do câncer. Como uma lei pode ajudar a combater uma doença tão séria e que tem um índice tão alto de incidência no Rio Grande do Sul?

Paulo Borges - Quando se cria uma lei, se estabelece regras a serem cumpridas. Nosso projeto de lei prevê desde a informação à população sobre a prática de ações preventivas até a fiscalização dos procedimentos que falham no processo de atendimento à saúde da mama. Para isso, eles precisam ser escolhidos e formados por integrantes de setores diversos, a própria comunidade daquele município, entidades representativas, como por exemplo universidades, ONGs, além de médicos especialistas, e poderão atuar em parceria com prefeitura municipal e secretaria municipal da saúde.
Transformado em lei, os comitês terão a oportunidade de preencher esse vácuo de atitudes efetivas que colocam o nosso Estado no topo do ranking de óbitos por câncer de mama no País. Com ele, será possível colocar em prática as ações informativas, possibilitar o diagnóstico e, principalmente, o tratamento adequado em tempo hábil. Informar ajuda a prevenir e impede a evolução da doença, aumentando as chances de cura.
Mas ao descobri-la, é necessário combatê-la. Por isso esse projeto de lei, que trabalha em todas essas etapas. Para executá-lo, precisamos de mecanismos eficientes e adequados às necessidades de cada município. Essa será a razão de ser dos comitês. Estamos confiantes que esse modelo, transformado em lei, irá ajudar a reduzir esses índices assustadores (cerca de 950 mortes/ano e para 2008, a estimativa de 5 mil casos novos).

Blog - Que mais o senhor tem feito na Assembléia Legislativa para honrar a excepcional votação que teve?

Paulo Borges - Além de ser titular das comissões de saúde e meio ambiente e da de educação e cultura, estamos trabalhando em projetos consistentes. Além dos "Comitês Municipais de Tolerância Zero para Mortalidade por Câncer de Mama", criei "O Programa Tempo Bom para a Cultura" (vinculado ao Fundo de Apoio à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul -FAC/RS), o qual pretende destinar cerca de 400 mil anuais para financiar projetos de artistas independentes da música, do cinema, do teatro, da literatura e das artes em geral).
Estamos desperdiçando talentos. Precisamos incentivar a valorização. Também protocolei o "Código de Defesa do Contribuinte", pelo qual quero criar uma legislação para proteger o contribuinte contra eventuais abusos do poder do Estado, especialmente os pequenos empreendedores, ou seja, estabelecer direitos mútuos entre o contribuinte e o fisco. E, ainda, estabeleci um grupo de especialistas na área do meio ambiente, de todo Estado, com o qual formatamos o "Fórum Aquecendo a Consciência Ambiental no RS".

Blog - O senhor é jornalista e entrou na política. Como é passar de estilingue à vidraça?

Paulo Borges - Continuo atuando como jornalista! De qualquer maneira, é claro que passei a conhecer o "outro lado" da moeda. Já havia trabalhado na Assembléia como jornalista. Como parlamentar tenho valorizado ainda mais o papel da imprensa, pois as pessoas dependem muito da mídia para se informar e conhecer seus direitos.
Apenas lamento constatar que muitos colegas da comunicação por vezes se detêm mais aos meandros, às estratégias e às alianças políticas do que às ações do parlamento. Existe uma fronteira tênue, é verdade, são coisas interligadas; as ações dependem dos relacionamentos políticos também. Mas ainda acho que aquilo que o parlamentar faz, o trabalho real que ele realiza, deveria ficar mais em evidência.

Blog - Recentemente o senhor se queixou que a governadora prefere ir a Brasília para conversar com o Democratas do que atravessar a Duque de Caxias e conversar com os deputados do partido na Assembléia Legislativa. Melhorou alguma coisa depois deste alerta?

Paulo Borges - Infelizmente, não é uma queixa. É um fato. Verifico que não apenas o Democratas, mas os demais partidos, inclusive da base aliada, além de outros setores da sociedade, esperam que o diálogo acompanhe mais as decisões da Governadora. Não se governa sozinho.

Blog - Onyx prefeito e Feijó governador?

Paulo Borges - Excelentes nomes! Mas essa é uma decisão de partido.

Blog - Aproveitando uma das suas especialidades, a previsão do tempo, o verão vai ser bom?

Paulo Borges -
No que depender do meu trabalho parlamentar, a previsão será sempre de tempo bom para o Rio Grande!