quinta-feira, 14 de junho de 2007


Unidos pelo meio ambiente



Fotos: Vítor Biermann

A audiência pública, Aquecimento Global – somos todos responsáveis, realizada na manhã de ontem, pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente, no auditório Dante Barone, reforçou o debate sobre as interferências no clima gaúcho e destacou a importância em haver mais debates e fóruns sobre aquecimento global.

O palestrante Gilvan Sampaio, mestre em Meteorologia do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE-SP), destacou iniciativas como o I Fórum Aquecendo a Consciência Ambiental no RS ( veja o saiba mais), no qual é integrante ativo, juntamente a mais de 20 especialistas de todo o Estado.

Gilvan dividiu em três partes sua explanação sobre o tema. Primeiramente, ele explicou o que de fato causa o aquecimento global. Logo após apresentou os impactos enfrentados mundialmente e finalizou com as projeções para o século 21. Em menção ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) , o representante do INPE ressaltou que mais 90% das alterações no meio ambiente são causadas pela ação humana.

Ao destacar a educação ambiental como uma das principais "ferramentas", Gilvan Sampaio salientou que é preciso entender o clima e principalmente a importância da Mata Atlântica no combate ao aquecimento global. "O grande ponto é a educação. É preciso gerar programas ou mecanismos para que as crianças, desde pequenas, entendam o meio ambiente ", diz.

Paulo Borges que também é titular da Comissão de Saúde e Meio Ambiente disse ser imprescindível audiências públicas com esta para que o Estado se prepare para atender e gerar ações às prováveis modificações no seu meio ambiente, no desenvolvimento econômico e social.

Esta máxima une a audiência Aquecimento Global – somos todos responsáveisao ao Fórum Aquecendo a Consciência Ambiental no RS. "Todo tipo de ação só é possível por meio da discussão e atualização do conhecimento entre entidades especializadas nos mais variados aspectos sobre o clima gaúcho, seguida de estudos e avaliações de seu impacto", explica o deputado Paulo Borges.

O deputado ainda indagou o possível "engavetamento" de estudos sobre o aquecimento global. " Muitos estudos parecem estar engavetados. Não temos acesso a eles como forma de colaboração durante os fóruns e audiências públicas. Existem realmente estes estudos? Questionou Paulo Borges.

Segundo, Millos Stringuini, biólogo e Doutor em Ciências do Meio Ambiente (RS), é muito fácil um relatório ir para a gaveta por uma denegação. " Há fala de interesse. A sociedade nega a realidade em que vive. Adota-se um atitude quase esquizofrênica em relação ao meio ambiente. As pessoas chamam floresta de mato, e a primeira coisa que se faz é limpar o ‘mato' ", diz o biólogo.

A audiência pública marcou, segundo Paulo Borges, a integração entre Assembléia Legislativa, especialistas dobre o tema e a sociedade. " Estamos unidos pelo meio ambiente", define.


Saiba mais:


I Fórum Aquecendo a Consciência Ambiental no RS


O deputado Paulo Borges reuniu especialistas de todo o Estado e de SP, em encontro realizado no Jardim Botânico, no dia 19 de abril. Participaram mais de 20 especialistas, entre representantes do Núcleo de Pesquisas Antártica e Climáticas (NUPAC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgãos do Estado (FEPAGRO, CORSAN, CEEE, Fungação Zoobotânica (FZB), Coordenadoria Estadual de Defesa Civil), e pesquisadores da área. No encontro foi debatido as conseqüências do aquecimento global no RS e a proposição de um cronograma de estudos, ações de prevenção e aplicação de políticas pública.

Na base da discussão estava o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). E foi com base nele que o professor Jefferson Simões (NUPAC) questionou que o Estado "vai muito mal" em relação aos estudos que tratam das bases físicas das mudanças climáticas. " Falta ações integradas, esse é o problema, sinaliza. Há muita informação, muitos dados, mas por dificuldade de acesso, pouco trabalho", diz Simões.

Opinião compartilhada, também, pela bióloga e doutora em biogeografia, Luiza Chomenko (FZB). Segundo ela é preciso que se promovam ações de formulação de políticas públicas que abranjam os distintos setores básicos a serem atingidos.

"É preciso fazer a lição de casa, entender melhor o clima do RS", afirmou o meteorologista Gilvan Sampaio, representante do INPE. Segundo Sampaio, apenas agora caiu a ficha da comunidade científica, da população e da mídia. Temos que entender o clima e os efeitos do aquecimento global e nos adaptar, e isto é o que este fórum busca", explica Gilvan.