terça-feira, 28 de abril de 2009

MEIO AMBIENTE




FUTURO DA LAGOA DOS BARROS COMEÇA A SER DEBATIDO




Se concluída obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Osório na lagoa do Litoral Norte gaúcho, um dos principais mananciais de água potável do RS estará tomado pelo esgoto em cinco anos. Primeira reunião da Subcomissão que trata da lagoa patrulhense, coordenada pelo deputado Paulo Borges, aconteceu hoje pela manhã





Um dos principais mananciais de água potável do Litoral gaúcho pode estar ameaçado. A continuidade da obra de instalação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Osório nas águas doces da Lagoa dos Barros poderá acabar não só com a balneabilidade do local, mas com o desabastecimento na irrigação de mais de 2 mil produtores do Litoral.



No primeiro encontro dos integrantes da Subcomissão, estiveram presentes o diretor do Centro de Pesquisas Costeiras e Oceânicas da UFRGS (CECO), Nélson Grüber, o professor, pesquisador e geólogo, Marcos Hansen, o pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), especialista em lagoas, Friedrich Herms, e mais dois parlamentares membros da Subcomissão. Dentre vários aspectos técnicos tratados na reunião, o principal consenso dos parlamentares e estudiosos foi de que "falta um estudo mais integrado de toda região". Todas as lagoas do Litoral estão protegidas por diretrizes da FEPAM, que impedem o lançamento de efluentes nas lagoas. Porém, existe uma que não está imunizada: a Lagoa dos Barros. "Legalmente eles estão corretos, mas tecnicamente não", define o pesquisador carioca, mais conhecido como Fred.


Segundo Grüber, não há um projeto sobre o impacto do lançamento de efluentes no local e a caracterização hidróloga é de 1969, ou seja, não existe um estudo recente sobre as conseqüências de um ETE nas águas dessa lagoa: "A Lagoa dos Barros tem todas as condições para não ser uma lagoa que receba esgoto", relata o pesquisador da UFRGS. No Rio de Janeiro, estado com metade da extensão territorial do RS, existe dez regiões hidrográficas, enquanto no estado gaúcho são apenas três: "O cenário é político. Com vontade política, aliado ao conhecimento técnico, vamos reverter a atual situação do Rio Grande do Sul, que está muito atrasado em questões ambientais", sintetiza o geólgo Hansen.





A Subcomissão, dentre várias ações, fará uma solicitação as instituições do estudo ambiental complementar da Lagoa, observará o impacto socio-econômico na região e solicitará a FEPAM um Projeto de Lançamento dos efluentes na lagoa Patrulhese. Para o líder e relator da Subcomissão, deputado Paulo Borges, há uma questão imediata no assunto: o rumo que tomará os 30% já concluídos da obra. Para o parlamentar, a situação é totalmente reversível, basta o engajamento político: "Muitas problemas que assolam nosso estado têm soluções simples, o que falta é vontade fazer".

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